segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Hélia Correia, Prémio Camões 2015



Lamentamos dar esta notícia com atraso.


Hélia Correia vence Prémio Camões 2015
17/6/2015

A vencedora foi escolhida por unanimidade pelo júri, que reuniu hoje no Rio de Janeiro. É um dos mais importantes prémios literários em português e já foi atribuído a Miguel Torga e Jorge Amado.

 A escritora portuguesa Hélia Correia é a vencedora do Prémio Camões de 2015. O anuncio foi feito esta quarta-feira, pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC).

Hélia Correia nasceu em Lisboa em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita. É poetisa, dramaturga e ficcionista. Estreou-se na poesia com O Separar das Águas, em 1981, e O Número dos Vivos, em 1982. Mas tem sido na ficção que se tem revelado “um dos nomes mais importantes e originais da sua geração”, escreve o gabinete de Barreto Xavier.

Hélia Correia já recebeu várias distinções, entre as quais o prémio PEN 2001, atribuído a obras de ficção, pela obra Lillias Fraser, e o PEN de poesia 2013 pelo livro A Terceira Miséria. Neste regresso à poesia, a escritora prestou homenagem “à sua Grécia” e aos problemas económicos e sociais que está a enfrentar desde o início da crise financeira.

(A notícia completa no Observador)


A notícia no diário Público: "Hélia Correia é a vencedora do Prémio Camões" (17-junho-2015)


Hélia Correia: "Não estou interessada em famas, em dinheiro ou em admirações" (Diário de Notícias, 20 agosto 2015)


Hélia Correia na página da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas



Vários postes sobre Hélia Correia no blogue Bibliotecário de Babel, de José Mário Silva


O que é o Prémio Camões?



Dois dos poemas deste livro:


Nós, os ateus, nós, os monoteístas,
Nós, os que reduzimos a beleza
A pequenas tarefas, nós, os pobres
Adornados, os pobres confortáveis,
Os que a si mesmos se vigarizavam
Olhando para cima, para as torres,
Supondo que as podiam habitar,
Glória das águias que nem águias tem,
Sofremos, sim, de idêntica indigência,
Da ruína da Grécia.

* * * * * * * * * * * * * *

De que armas disporemos, senão destas
Que estão dentro do corpo: o pensamento,
A ideia de polis, resgatada
De um grande abuso, uma noção de casa
E de hospitalidade e de barulho
Atrás do qual vem o poema, atrás
Do qual virá a colecção dos feitos
E defeitos humanos, um início.